quarta-feira, 20 de março de 2013

Dicas de Viagem: Johannesburg

A viagem foi feita nos dias 16 e 17 de outubro de 2012, durante a primavera no hemisfério sul.

Sobre o Destino

Esse post é para aqueles que fazem conexão em Johannesburg e não têm idéia do que fazer. Mas pode servir também para aqueles que estão indo lá e querem um norte das atrações da cidade.

O tempo mínimo necessário para fazer esse roteiro é de 6 horas. Portanto serve para aqueles que tem uma conexão mínima de 8 horas, já que é necessário estar no aeroporto, para todo o processo de embarque internacional, 2 horas antes do vôo.
Fonte: Google Maps

Visto

Brasileiros não precisam de visto de turismo para visitar por até 3 meses a África do Sul. Se você não é brasileiro, verifique a necessidade de visto através dessa lista.

Ao desembarcar do vôo oriundo do Brasil, ao invés de seguir as placas da International Connection, siga o fluxo das pessoas que estão desembarcando na África. Caso você esteja fazendo uma escala não se preocupe com sua mala, ela vai seguir para o destino final e você não precisa pegar ela ainda.

O oficial vai fazer algumas perguntas e uma delas é sobre quanto tempo você pretende ficar no país. Você deve informar que apenas algumas horas, pois está num vôo de conexão. Daí você vai levar um carimbo de trânsito no passaporte.

Como Chegar

O vôo foi comprado pela Kiwi e operado pela South African Airways, saindo do Brasil no dia 16 de outubro e chegando na África no dia 17 de outubro, no O. R. Tambo International Airport, em Johannesburg.

Faça rapidamente sua pesquisa e reserva de voos por aqui:


Onde Ficar

Ao redor do aeroporto existem vários hotéis com shuttle gratuito e com valores em torno de 100,00USD no Booking.

Booking.com

Primeiro Dia

Saindo da imigração e passando pelo baggage claim, siga até o pátio principal do aeroporto. Lá você vai encontrar do lado direito um balcão de Tourist Information, com vários funcionários com um broche com a bandeira da África do Sul e seus respectivos nomes. Esses são guias credenciados do aeroporto e são confiáveis. A recomendação é que você não pegue guias soltos pelo aeroporto, por questão de segurança.

No guichê do aeroporto, eles vão sugerir um passeio com vários pontos, parando em cada um deles. Além dessa opção proposta por eles, você pode adaptar incluindo lugares que você gostaria de visitar.

Estar na África e não ter contato com seus animais selvagens é um sacrilégio.
Fatalmente você vai escutar ou vai ver no próprio aeroporto uma referência aos Big Five, que são os animais africanos mais difíceis de serem caçados pelo homem: o leão, o búfalo, o elefante, o leopardo e o rinoceronte. Então um dos lugares que deve ser visitado estando em Johannesburg é o Lion Park.
Peça para incluir no pacote uma visita a esse parque.

Ah, e pechinche! Eles vão cobrar um preço exorbitante. Daí vá chorando até chegar num preço razoável. Cem dólares parece ser um preço justo pelo tempo do passeio e pelo tanto que se roda a cidade.

Uma outra opção de passeio é o Jatoba Tours, essa operadora de propriedade de um brasileiro não tem guichê no aeroporto, portanto, é necessário deixar o passeio agendado já aqui do Brasil.

A moeda sul-africana é o Rand, que equivale a aproximadamente R$ 0,25. Ou seja, R$ 1,00 é aproximadamente 4 Rand (ou Randes, mas na cédula tem escrito One Hundred Rand).

Há uma história interessante por trás do nome Rand, que vem de Witwatersrand, abreviação de White-waters-ridge, que significa Montanha das Águas Brancas e está relacionado a uma montanha na cidade de Johannesburg onde era a maior reserva de ouro da África do Sul.
Fechando o roteiro e o valor, o motorista vai levar você ao carro e iniciar a jornada. Durante o trajeto, aproveite para conversar com ele sobre o apartheid (antes de perguntar se ele se sente à vontade para falar, é claro!) e entenda de perto como eram as relações entre raças na África do Sul na época desse regime.
Uma coisa notável no país é a influência de Nelson Rolihlahla Mandela por todas as partes. Em qualquer lugar que você for, será notável alguma referência ao líder.

O passeio inicia na casa atual de Nelson Mandela. A casa fica num bairro muito tranquilo e cheio de casarões, com ruas pouco movimentadas. O motorista vai sugerir não descer do carro, pois caso você seja pego andando pelas ruas ao redor da casa fatalmente a segurança irar abordar para saber do que se trata.
Na sequência e bem próximo à casa de Mandela, no bairro de Houghton, está o Nelson Mandela Centre of Memory, núcleo da Nelson Mandela Foudation, e tem como foco três grandes áreas de trabalho: a vida e o tempo de Nelson Mandela, diálogo para a justiça social e o dia internacional de Nelson Mandela.
Após esses dois lugares, o motorista leva você ao Nelson Mandela Square, um complexo com lojas, restaurantes e cafés que circundam uma praça no estilo europeu.

O centro de compras é imenso e com excelentes lojas.
Aproveite e sente em um dos restaurantes para tomar um café e observar o movimento dos locais e a dinâmica das águas da fonte, no centro da praça.
A praça é belíssima e em frente à fonte está localizada uma estátua em bronze de Nelson Mandela, com 6 metros de altura.
Após a pausa para descanso, um longo caminho vai levar você ao destino mais esperado do dia: o Lion Park. Já na chegada você percebe que se trata de um terreno gigantesco e, se tiver sorte, já vai dar de cara com algum animal solto no estacionamento, como uma girafa.
Siga até o guichê de atendimento e compre seu ingresso. Como o carro do próprio guia será usado para o passeio, você termina economizando 75 rands.

A decoração da parte humanizada do parque é toda em função de leões.

O passeio começa por uma vasta área de pastagem onde se pode observar gnus de rabo branco, girafas, zebras e antílopes como órix, cabra-de-leque e blesbok. Todos livres.
Após o passeio em área aberta com essa miscelânea de animais, começa o passeio nas áreas cercadas, com quatro raças de leões (incluindo os raríssimos leões brancos), cães selvagens, chitas, chacais e hienas. As distintas raças de leões são protegidas entre si para evitar confrontos.
Uma área muito popular no parque é a de bebês-leões. São inúmeros e ficam brincando o tempo inteiro. É possível entrar no cercado deles, com a presença de um instrutor, e até fazer carícias neles. Se o parque estiver lotado, o tempo de permanência é de 90 segundos. Portanto, aproveite para usufruir essa oportunidade ao máximo.

Curiosamente, para fazer carícias nesses felinos fofíssimos, é preciso ter uma pegada forte, caso contrário eles vão estranhar e eventualmente afastar você de perto do modo que mais convém a eles. E não é algo nada agradável! O editor do blog levou uma leve mordida no pé esquerdo de um desses animaizinhos.
É possível ainda ver avestruzes e girafas, além do curioso suricata, que ficou popular através do personagem Timão do filme Rei Leão da Disney.
Perca o tempo que quiser nesse passeio. Sem dúvida é o mais agradável de todos!

Terminado o contato com os animais africanos é hora de ir ao Soweto.
No caminho você vai encontrar extintas minas ao ar livre. Um cenário bem diferente. Eram minas que no passado foram bastante exploradas e que hoje não resta nada. A cidade era conhecida por ter jazidas de ouro imensas.
Johannesburg passou rapidamente de savana para a mais importante cidade do país, graças à descoberta dessas minas de ouro.

A cidade também é conhecida como uma das cidades mais verdes do mundo.

Ainda no caminho para o Soweto você vai passar pelo Orlando Stadium, que foi palco da abertura da Copa do Mundo da África do Sul e onde Shakira cantou e dançou o Waka-Waka.
Chegando no bairro, que tem seu nome originado de South West Township, a impressão que se tem é que realmente você está no subúrbio. Casas simples, com um certo padrão de arquitetura, juntas, sem garagem e amontoadas.

A primeira parada é no Memorial do Hector Pieterson, que morreu aos 13 anos de idade numa investida policial e que ficou conhecida como o Massacre de Soweto.
Além da foto do garoto ensanguentado nos braços de um desconhecido ao lado da sua irmã, que virou um dos símbolos na luta contra o Apartheid, também estão frases de luta pela liberdade e democracia e um marco com quatro faces. Em cada uma dessas faces há uma tábua de pedra com um discurso pela liberdade em várias línguas/dialetos africanos.
A parada seguinte é na Mandela House. Para entrar você precisa comprar um ticket e, mesmo estando sozinho, uma guia muito simpática vai conduzir você durante todo o passeio.

Impressionante como o povo africano é cortês. Povo educado e de sorriso fácil.
O passeio começa pelo lado de fora, onde a guia explica que Mandela sempre jogava o umbigo de seus filhos recém-nascidos na árvore em frente à sua casa.
Outras histórias que se prolongam são as dos seus casamentos e a do dia em que a polícia atirou contra sua casa.
Como último destino fica o Soccer City, palco da final da Copa de 2010. Se você não demorou muito tempo no Lion Park vai ter tempo de sobra para fazer uma visita ao estádio.

Não esqueça de agendar o passeio previamente antes de sair do Brasil. Os tickets podem ser comprados na hora.
Por fim, já na volta para o aeroporto, você passará pelo centro da cidade, que tem uma arquitetura incrível. Os prédios da BHP, maior mineradora do mundo, são muito bonitos.
Dependendo do seu tempo, peça ao guia para parar em algum pequeno shopping para comprar alguns souvenirs.

Chegando ao aeroporto e estando com fome, existe uma padaria fantástica chamada Fournos Bakery, com várias opções de pães e salgados. Uma excelente opção para quem quer economizar, já que a viagem ainda está começando.

O guia South Africa Venues contém várias opções de passeio pela cidade.

E se você está procurando diversão, acesse o Johannesburg Live, guia de agito da cidade.

E por fim, não deixe de comprar os deliciosos e premiados vinhos sul-africanos. Se não tem nada em mente arrisque um Mont du Toit que pode ser comprado no duty free shop. Garantia de êxtase ao provar!

Uma boa viagem!

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